Foi aberta nesta segunda-feira (12) uma agenda estratégica do Ministério da Saúde (MS) com dez cidades do Rio Grande do Sul consideradas prioritárias em relação aos índices de HIV/Aids, tuberculose, hepatites virais e sífilis. O objetivo é acelerar ações de aperfeiçoamento em resposta a essas doenças, melhorando as ferramentas de diagnóstico, prevenção e tratamento.
As dez cidades selecionadas são Porto Alegre, Alvorada, Canoas, Novo Hamburgo, Passo Fundo, Pelotas, Rio Grande, Santa Maria, São Leopoldo e Viamão. A iniciativa teve nesta segunda-feira sua primeira reunião na Capital, reunindo gestores e profissionais dos municípios prioritários e da Secretaria da Saúde (SES), assim como representantes do controle social e Conselho das Secretarias Municipais de Saúde do Rio Grande do Sul (Cosems/RS). A proposta foi apresentada pelo diretor do Departamento de Doenças de Condições Crônicas e Infecções Sexualmente Transmissíveis do MS, Gerson Pereira.
A agenda estratégica a ser construída deverá refletir, de acordo com as realidades de cada localidade, prioridades como a redução da mortalidade das pessoas vivendo com HIV e a ampliação do diagnóstico e tratamento das hepatites virais, com foco na hepatite C. Também é proposta a ampliação de acesso às ações de prevenção, diagnóstico e tratamento para populações-chave (trans, gays, homens que fazem sexo com homens, trabalhadores do sexo, pessoas privadas de liberdade e usuários de drogas). Em relação à transmissão de mãe para filho, é objetivo da agenda a redução desses casos de sífilis e hepatite B, assim como eliminar a transmissão vertical do HIV. A sífilis também tem as metas de ampliar o diagnóstico e tratamento dos casos adquiridos e em gestantes.
Situação dos agravos no RS
HIV/Aids
– O Rio Grande do Sul apresenta a maior taxa de mortalidade por Aids no país, com 9 óbitos por 100 mil habitantes, enquanto a média nacional é de 4,8 óbitos.
– A taxa de infeção de HIV em gestantes também é a maior do Brasil, com 9,5 casos para cada 1 mil nascidos vivos, sendo em 2,8 o indicador nacional.
– 2ª maior taxa de Aids do Brasil em menores de 5 anos, com 6 casos para cada 100 mil habitantes, enquanto a média nacional são 2 casos para essa população.
Sífilis
– 2ª maior taxa de detecção de sífilis adquirida no país, com 116 casos por 100 mil habitantes, enquanto o indicador nacional é de 58.
– 3ª maior taxa de incidência de sífilis congênita em menores de 1 ano de idade, com 14,2 casos a cada 1 mil nascidos vivos, quando a taxa brasileira é 8,6.
– 5ª maior taxa de sífilis em gestantes, com 25 casos por 1 mil nascidos vivos, sendo a média nacional em 17 por 1 mil nascidos.
Tuberculose
– 7ª maior incidência de tuberculose no país, com 42 casos por 100 mil habitantes, enquanto a média nacional é de 36 para a mesma população.
– 13% das pessoas abandonam o tratamento durante o processo.
– 65% de taxa de cura para casos novos, sendo que a Organização Mundial da Saúde preconiza uma taxa de 85% para o controle da doença.
– Coinfecção com a tuberculose é a principal causa de morte entre as pessoas vivendo com HIV/Aids.
Hepatites
– Maior taxa de incidência no país de hepatite C, com 46 casos por 100 mil habitantes, quando o indicador brasileiro é de 11,4 casos para a mesma população.
– No RS, 11% dos casos apresentam coinfecção com HIV.
Fonte: Secretaria Estadual da Saúde